CERATOCONE: COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA

Junho é o mês da Campanha JUNHO VIOLETA, que alerta sobre a importância de prevenir o Ceratocone.
ceratocone

Evitar coçar os olhos e manter uma rotina de consultas anuais com o oftalmologista são formas de prevenção da doença.

O Donato Hospital de Olhos durante todo o mês de junho promove diversas ações para conscientizar sobre o Ceratocone por meio da Campanha Junho Violeta.

Nosso objetivo é incentivar a procura por um oftalmologista para verificar a presença ou não da doença – principalmente em quem tem histórico familiar do problema. 

Além disso, alertamos sobre o perigo de coçar os olhos, pois o ceratocone faz com que a córnea, camada que reveste a parte frontal do globo ocular, se torne mais fina e irregular, um verdadeiro perigo diante do atrito provocado pelo ato de coçar.

O QUE É O CERATOCONE?

A córnea é a primeira e principal lente do olho. Para termos uma boa visão é fundamental que ela seja transparente e tenha um formato chamado de “regular”. No entanto, quando o formato e espessura da córnea são afetados, pode ocorrer uma deformação que resulta em um quadro de Ceratocone – a doença prejudica a visão por tornar a córnea mais fina e irregular. 

No ceratocone, a córnea adquire um formato cônico, e que faz com que a entrada de luz nos olhos fique distorcida. Isso leva a uma piora na qualidade da visão, e pode inclusive agravar a miopia (dificuldade que o indivíduo tem para enxergar de longe) e o astigmatismo irregular (irregularidade da córnea), que atrapalha a visão para longe e perto.

A doença pode começar a se manifestar em pessoas que têm entre 8 e 17 anos. Durante este intervalo, o médico consegue identificar precocemente a doença e com isso iniciar o tratamento com os recursos disponíveis, evitando assim um comprometimento visual importante.

SINTOMAS 

O grande perigo do Ceratocone está na ausência de sintomas nas fases iniciais, antes que a visão comece a ficar borrada e distorcida. A coceira nos olhos somente, não determina o Ceratocone. É importante estar atento a outros sintomas que possam sinalizar o problema:

  • visão embaçada ou borrada – característica mais comum;
  • aumento da sensibilidade à luz;
  • dificuldade para enxergar à noite;
  • mudança frequente no grau dos óculos ou lentes de contato;
  • astigmatismo e miopia;
  • visão dupla, turva ou distorcida;
  • halos em torno de fontes de luz;
  • coceira nos olhos;
  • formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto ou de anéis de luz.

Um fator importante é a genética. Se você conhece casos de pessoas na sua família com Ceratocone é bom ficar atento. 

No entanto, mesmo que você não apresente nenhum desses sintomas ou esteja incluído nos fatores de risco, o diagnóstico só poderá ser feito por um médico.

DIAGNÓSTICO DO CERATOCONE

O diagnóstico é feito a partir de uma consulta oftalmológica completa com um especialista em córnea, e através de exames complementares específicos, como a topografia de córnea, a paquimetria (para avaliar a espessura da córnea) e o pentacam (para avaliar a curvatura e espessura). 

Tais exames auxiliam o especialista a avaliar a classificação ou gravidade da doença em cada um dos olhos e o nível do comprometimento da córnea, e assim indicar a melhor opção de tratamento.

TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA O CERATOCONE

O tratamento do Ceratocone varia de acordo com o estágio da doença em cada olho, podendo ser inicial, moderado ou avançado. Só então serão tomadas as medidas para estabilização da doença e reabilitação visual.

ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA

Em estágios iniciais, o tratamento é clínico, utilizando colírios antialérgicos e lubrificantes para evitar que o paciente coce os olhos e assim incentive a piora da doença. 

Para casos de baixa acuidade visual com ceratocone inicial ou moderado, o crosslinking corneano é indicado para estabilização da doença – impedindo sua progressão. 

Em estágios moderados a avançados, onde há comprometimento visual, o tratamento envolve o implante de anel intraestromal. Isso permite a melhora da acuidade visual, reabilitação visual e estabilização do quadro.  

REABILITAÇÃO VISUAL

Nos estágios iniciais, óculos são prescritos pelo médico.

Para casos moderados a avançados, o tratamento é através do implante de anel, seguido pela adaptação de óculos e lentes de contato. 

E somente para a reabilitação visual, sem um efeito de estabilização do quadro, existem as lentes de contato especiais para ceratocone, que podem ser as lentes rígidas corneanas e as lentes esclerais, que vão trazer uma reabilitação visual ao paciente. 

Em estágios muito avançados, onde há uma curvatura corneana muito acentuada e opacidades em eixo visual, o transplante de córnea é considerado mais indicado.

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE PARA O CERATOCONE 

A consulta anual de acompanhamento com o seu oftalmologista é de extrema importância para o diagnóstico precoce de problemas oftalmológicos. 

O ceratocone é uma doença progressiva, ou seja, ela tende a piorar com o tempo se não for tratada adequadamente. Sendo assim, o diagnóstico precoce é essencial para impedir a evolução do ceratocone. 

Saiba mais sobre o Crosslinking

É um procedimento eficaz e pouco invasivo, capaz de retardar ou estagnar a evolução do Ceratocone. Consiste na aplicação de colírio à base de vitamina B2, seguida pela exposição a raios de luz ultravioleta controlados.

O processo estimula a contração e a união das fibras de colágeno, reforçando a estrutura da córnea. O paciente recebe alta imediatamente, tendo que pingar colírios antibióticos e anti-inflamatórios nos dias seguintes.

Saiba mais sobre o Anel Intraestromal (ou anel de Ferrara)

Consiste em segmentos de anel de material rígido e inerte, implantados com o objetivo de regularizar e diminuir a curvatura da córnea, e consequentemente melhorar a visão.

É indicado para pacientes que não obtêm visão satisfatória com óculos e/ou lentes de contato ou que desenvolvem intolerância ao uso de lentes de contato.

A cirurgia é realizada no centro cirúrgico, com anestesia local (colírios) e o paciente tem alta no mesmo dia e sem nenhum tipo de oclusão.

Saiba mais sobre o transplante de córnea

Consiste na troca da córnea alterada por uma nova, obtida a partir de doações e que são controladas pelo Sistema Nacional de Transplantes, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.

O procedimento é feito com anestesia local e sedação, sem necessidade de internação. A córnea original é retirada e substituída por uma córnea saudável. Podendo trocar todas as camadas da córnea (transplante penetrante) ou então somente as camadas alteradas (transplante lamelar). A nova córnea pode ser fixada por meio de pontos ou por uma bolha de ar, dependendo da técnica e motivo do transplante. 

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