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Catarata: causas, tipos, sintomas e tratamentos

A catarata ocorre pela opacificação do cristalino (lente natural do olho), acarretando embaçamento e diminuição na qualidade de visão.

Com a perda da transparência e consequente opacificação da lente, a visão dos pacientes torna-se embaçada, com piora gradual com o passar dos anos, causando também baixa sensibilidade à luz e maior dificuldade visual, em especial no período noturno, comprometendo as tarefas do dia a dia, mesmo as mais simples: como ler, cozinhar ou dirigir.

A catarata é uma das principais causas de perda de visão no mundo, especialmente entre os idosos. Embora seja uma condição tratável, se não for diagnosticada e tratada, pode levar à cegueira permanente.

Quão comum é a Catarata?

A catarata é uma doença ocular que afeta principalmente os idosos e está associada ao envelhecimento natural do olho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é responsável por cerca de 51% dos casos de cegueira total no mundo, afetando aproximadamente 20 milhões de pessoas.

Tipos e causas da catarata?

Embora o envelhecimento seja a principal causa da catarata, com a maioria das pessoas acima de 65 anos apresentando a doença, a condição pode se manifestar mais cedo em pessoas com diabetes. Além disso, o uso prolongado de medicamentos como corticóides também pode favorecer o desenvolvimento da catarata. Outras formas incluem a catarata traumática, resultante de lesões oculares graves, e a catarata congênita, que ocorre em crianças desde o nascimento, podendo ser de origem hereditária ou causada por infecções intrauterinas durante a gestação.

Sintomas comuns da Catarata

O início dos sintomas pode ser gradual, e muitos pacientes demoram a perceber mudanças significativas na visão. Entre os sintomas mais comuns estão:

Visão embaçada ou turva;
Sensibilidade à luz (fotofobia);
Percepção de halos ao redor das luzes;
Alteração frequente na prescrição de óculos;
Dificuldade para enxergar à noite;
Perda de percepção de cores (as cores parecem desbotadas);
Visão dupla em um dos olhos.

Como é feito o diagnóstico da Catarata?

O diagnóstico da catarata é realizado por um oftalmologista durante uma consulta, que inclui:

Anamnese: O médico faz perguntas sobre os sintomas, como visão embaçada, dificuldade para enxergar à noite, sensibilidade à luz, visão dupla ou percepção alterada das cores. Além de perguntas sobre o histórico de saúde geral e ocular, incluindo fatores de risco, como idade, diabetes, uso de medicamentos (como corticosteroides) e histórico familiar.

Exame de acuidade visual: Avaliação da capacidade de enxergar letras ou símbolos em diferentes tamanhos e distâncias (tabela de Snellen), avaliando o grau de comprometimento da visão.

Exame com lâmpada de fenda: Utiliza um microscópio especial que emite uma luz fina para examinar as estruturas frontais do olho, como a córnea, íris, cristalino e câmara anterior. A lâmpada de fenda permite uma inspeção detalhada das estruturas do olho, especialmente do cristalino. A catarata será visível como opacificação do cristalino.

Se necessário, o oftalmologista pode solicitar exames complementares para confirmar o diagnóstico ou avaliar condições oculares associadas.

É essencial realizar consultas regulares, especialmente após os 40 anos, para detectar precocemente a catarata e outras doenças oculares.

O que pode piorar a Catarata?

A progressão da catarata pode ser influenciada por diversos fatores. Aqui estão algumas das principais condições e hábitos que podem acelerar o desenvolvimento e piorar a catarata:

Exposição Prolongada aos Raios UV: a exposição excessiva ao sol, especialmente sem a proteção de óculos com filtro UV, pode danificar as células do cristalino e acelerar a formação de catarata.
Diabetes: pessoas com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver catarata precocemente. O excesso de açúcar no sangue pode causar alterações nas lentes oculares, tornando-as mais suscetíveis à opacificação.
Uso Prolongado de Corticoides: o uso contínuo de medicamentos à base de corticoides, seja em colírios ou comprimidos, pode levar ao desenvolvimento mais rápido de catarata. É importante discutir com o médico o uso desses medicamentos e explorar alternativas, quando possível.
Tabagismo: o fumo é um dos principais fatores que contribuem para o estresse oxidativo nas células do cristalino, acelerando o envelhecimento dos olhos e, consequentemente, o surgimento da catarata.
Consumo Excessivo de Álcool: o abuso de álcool pode afetar a saúde ocular, aumentando os níveis de radicais livres e danificando as estruturas oculares, incluindo o cristalino.
Traumas Oculares: qualquer lesão ou impacto nos olhos pode levar a uma catarata traumática, mesmo que o trauma tenha ocorrido anos antes.
Dieta Pobre em Antioxidantes: uma alimentação carente em frutas, vegetais e alimentos ricos em antioxidantes pode contribuir para o avanço da catarata. Antioxidantes, como vitaminas C e E, ajudam a proteger os olhos do estresse oxidativo.
Obesidade e Hipertensão: essas condições aumentam o risco de catarata ao elevar o estresse oxidativo no corpo, incluindo os olhos.

Evitar esses fatores e adotar um estilo de vida saudável, com cuidados de proteção ocular e dieta equilibrada, pode ajudar a retardar o desenvolvimento da catarata e proteger a saúde dos olhos ao longo do tempo.

É possível prevenir a Catarata?

Embora não seja possível prevenir a catarata, pois ela é uma condição natural associada ao envelhecimento, algumas medidas podem ajudar a retardar seu desenvolvimento:

Exposição ao Sol: usar óculos de sol com proteção UV é essencial para prevenir danos aos olhos.
Tabagismo e Álcool: reduzir ou eliminar o consumo de tabaco e álcool ajuda a minimizar os riscos de desenvolver catarata e outras condições oculares.
Alimentação: inclua na sua dieta alimentos ricos em antioxidantes, como frutas cítricas, vegetais de folhas verdes e nozes, que contêm vitaminas C e E, fundamentais para proteger os olhos contra o envelhecimento precoce.
Controle do Diabetes: manter os níveis de glicose sob controle é essencial para evitar complicações que aumentam o risco de catarata. Faça exames regularmente e siga as orientações médicas.

Tratamentos disponíveis

O único tratamento da catarata é cirúrgico, com a substituição do cristalino opacificado (catarata) por uma lente artificial intraocular (LIO), devolvendo a transparência à visão.

A cirurgia é realizada sob anestesia tópica (colírio) na maioria dos casos, ou sob anestesia local, e dura cerca de 15 minutos por olho. O paciente pode voltar para casa no mesmo dia.

Um procedimento seguro e moderno, realizado com equipamentos de alta tecnologia.

Através da cirurgia de catarata, a lente intraocular (LIO) é inserida no olho. Ela tem a função de corrigir parcial ou totalmente o grau do paciente, permitindo que o mesmo enxergue após a cirurgia.

Essas lentes intraoculares podem, inclusive, realizar a correção do grau dos óculos de longe e perto. Uma vez colocadas no olho, as lentes intraoculares não precisam ser substituídas nunca mais.

Conheça os tipos de lentes intraoculares:

Monofocal não-tórica: este tipo de lente é indicado para pacientes com catarata, mas sem astigmatismo.O foco da cirurgia é melhorar a qualidade de visão para longe. Para perto, em muitos casos, ainda continua sendo necessário o uso de óculos de grau.
Monofocal tórica: é indicada para pacientes que possuem grau médio ou alto de astigmatismo. Neste caso, o paciente tende a não necessitar mais do uso de óculos de grau para longe. Entretanto, o uso de óculos de perto pode continuar.
Foco estendido: corrige a visão de longe e a visão a um foco entre 55 cm – 70 cm de distância, dando uma independência em torno de 70% das atividades sem o uso de óculos. Em alguns casos ainda é necessário o uso de óculos para perto.
Multifocal: é uma lente intraocular que corrige além da catarata a visão de longe, a visão intermediária (entre 60 cm – 75 cm), e a visão de perto para leitura (entre 35 cm – 50 cm). Neste caso, na maioria das vezes, o paciente não necessita do uso de óculos.

É possível corrigir o grau do paciente durante a cirurgia de catarata?

Durante uma cirurgia de catarata, o cristalino (lente natural do olho) é substituído por uma lente intraocular artificial, que também pode ser própria para corrigir erros de refração, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia (óculos de perto).

Dessa forma, a cirurgia permite aos pacientes retomarem suas atividades diárias com mais liberdade e confiança. Ler, cozinhar, dirigir e outras tarefas tornam-se mais fáceis e prazerosas, melhorando significativamente a qualidade de vida.

Pré e Pós-operatório da Cirurgia de Catarata

Para garantir uma cirurgia de catarata segura e eficaz, é essencial seguir algumas orientações antes e depois do procedimento:

Pré-operatório:

Mantenha jejum conforme as orientações médicas.
Apresente a liberação ou autorização do cardiologista e/ou anestesista, se solicitado.
Suspenda medicamentos específicos, apenas quando indicado pelo médico.

Pós-operatório:

Utilize os colírios prescritos corretamente para evitar infecções e auxiliar na recuperação.
Evite atividades físicas intensas e movimentos bruscos.
Proteja os olhos da exposição solar, utilizando óculos escuros quando necessário.
O paciente recebe alta no mesmo dia, podendo retornar para casa logo após o procedimento.

Seguir essas recomendações contribui para uma recuperação tranquila e resultados satisfatórios.

Quais são os benefícios da cirurgia de catarata?

A cirurgia de catarata é um procedimento que traz inúmeros benefícios para a saúde ocular e a qualidade de vida do paciente, além de seguro e eficaz. Alguns desses ganhos incluem:

Melhora da visão: elimina a opacidade do cristalino e permite que a luz chegue até a retina, formando imagens nítidas e claras;
Recuperação da independência e qualidade de vida: o paciente retoma sua capacidade de realizar atividades cotidianas, e até mesmo a praticar hobbies que, devido à ausência de uma boa visão, foram deixados para trás.
Prevenção de outras doenças: evita que a catarata avance e cause problemas mais graves, como o glaucoma, que pode levar à cegueira irreversível;
Aumento da autoestima: a cirurgia melhora a aparência do paciente, que se sente mais confiante e feliz com sua imagem.
Redução nos riscos de desenvolvimento de problemas cognitivos: além da melhora da visão, a cirurgia de catarata também traz benefícios ao cognitivo do paciente. De acordo com um estudo publicado no JAMA Internal Medicine, o tratamento da catarata ajuda a reduzir os riscos de desenvolvimento de problemas cognitivos, como o Alzheimer e outros tipos de demência.
Menos quedas e acidentes domésticos: a cirurgia de catarata pode contribuir para a diminuição das quedas e acidentes domésticos com pessoas idosas. Com a visão recuperada, o paciente consegue enxergar melhor e está mais seguro frente a estas situações.

Dúvidas comuns sobre a Catarata

A catarata pode voltar após a cirurgia?
Não. Uma vez que o cristalino opaco é removido e substituído por uma lente intraocular, a catarata não volta. No entanto, pode ocorrer a opacificação da cápsula posterior (que sustenta a lente), que é tratada de forma rápida e segura com um procedimento chamado capsulotomia a laser, que restaura a visão sem a necessidade de nova cirurgia.

A cirurgia de catarata é dolorosa?
Não. A cirurgia de catarata é realizada com anestesia local ou colírio anestésico, garantindo que o paciente não sinta dor durante o procedimento. Além disso, o tempo de recuperação é rápido e com pouco desconforto.

Quanto tempo dura a recuperação?
A recuperação inicial leva cerca de uma semana, mas a visão pode melhorar já nas primeiras 24 a 48 horas. Cuidados completos são importantes nas primeiras 4 a 6 semanas para garantir os melhores resultados.

Conclusão

Não deixe a catarata limitar sua vida! Entender a catarata e seus tratamentos pode ajudar muitas pessoas a recuperarem a visão e a qualidade de vida. A consulta com um oftalmologista é essencial para um diagnóstico e acompanhamento adequados.