Em todo o Brasil, 13 milhões de pessoas sofrem com o diabetes, o que corresponde a 7% da população. Seus principais sintomas incluem cansaço, ataques de fome e sede exagerada.
O diabetes também causa complicações secundárias, sendo as mais faladas aquelas que envolvem o sistema circulatório e o sistema nervoso.
Porém, a doença também é capaz de afetar seriamente a saúde dos olhos, por conta da retinopatia diabética, assunto deste post. Continue a leitura e veja como lidar com o problema.
O que causa o diabetes?
Falar em diabetes é falar em excesso de glicose no sangue, um tipo de carboidrato que atua como combustível para as células do corpo funcionarem.
Quando em excesso na corrente sanguínea, a glicose acaba depositando-se nas paredes das veias e artérias, entupindo-as e dificultando a passagem do sangue.
Mas por que isso acontece? No diabetes tipo 1, presente desde a infância ou adolescência, o organismo da pessoa não produz a quantidade suficiente de insulina, hormônio responsável pela absorção da glicose.
É um processo diferente do visto no diabetes tipo 2, quando o organismo se torna mais resistente à insulina, principalmente por conta de maus hábitos alimentares.
Dito isto, vamos agora entender a retinopatia diabética.
O risco da retinopatia diabética
Com o sistema circulatório prejudicado por glicose além da conta, os vasos sanguíneos que irrigam os olhos também são afetados, o que é nocivo especialmente para a retina.
No fundo do globo ocular, existe uma delicada camada de células nervosas, atingida pelas ondas de luz que chegam aos olhos. Seu nome é retina e, por estar diretamente ligada ao nervo óptico, a visão depende diretamente de suas boas condições.
A retinopatia diabética faz com que os vasos da retina se fechem ou com que o sangue “derrame” para fora. Sem os nutrientes proporcionados pelo sangue, a retina vai se degenerando e, com ela, a capacidade de enxergar.
A retinopatia diabética pode ser não proliferativa (em estágio inicial, com pequenas lesões) ou proliferativa (com danos permanentes e formação de novos vasos sanguíneos, o que pode causar até cegueira).
Sintomas
O mais comum dos sintomas da retinopatia diabética é o embaçamento visual. Ele pode se manifestar de forma transitória (conforme o aumento das taxas de glicose) ou permanente.
Outros sinais de perigo incluem dificuldade para identificar cores diferentes, mudanças na percepção do contraste e pontos escuros na visão.
A retinopatia diabética muitas vezes vem acompanhada de edema macular diabético (EMD), marcado pelo acúmulo de líquido na mácula, área central da retina.
Como é feito o diagnóstico da retinopatia diabética?
Detectar a retinopatia diabética o quanto antes é de extrema importância. Há casos em que mesmo a versão proliferativa grave do problema se mostra assintomática antes de algum comprometimento sério dos olhos.
Ao mesmo tempo, se o diagnóstico é feito no tempo adequado, o risco de perda de visão total é menor do que 5%. Sendo assim, não deixe de consultar um oftalmologista (preferencialmente uma vez ao ano) para se certificar.
Para os diabéticos tipo 1, a recomendação é iniciar o acompanhamento específico para a visão durante a puberdade ou, no máximo, até o fim dos primeiros 5 anos em que o diabetes se manifestar. Já diabéticos tipo 2 já podem começar tão logo descubram sua condição.
Para avaliar a presença ou não da retinopatia diabética, o oftalmologista dispõe dos seguintes exames:
● Mapeamento de retina
● Retinografia
● Angiografia da retina
● Tomografia de coerência óptica (OCT)
Tratando a retinopatia diabética
A retinopatia diabética tem de ser enfrentada em duas frentes distintas. De um lado, estão as medidas usuais de cuidado com os índices de glicemia, como é chamada a taxa de glicose no sangue. Portanto, são os cuidados prescritos por um endocrinologista para qualquer pessoa com diabetes (confira a seguir).
Por outro lado, quem desenvolve a retinopatia diabética precisa também do oftalmologista para, conforme cada caso, realizar ou não procedimentos como:
Fotocoagulação
Trata-se de uma cirurgia a laser, feita após a aplicação de anestésicos, em que os raios do aparelho “secam” os vasos sanguíneos anormais. É comum que três sessões ou mais sejam necessárias para completar o tratamento.
Vitrectomia
Um outro tipo de cirurgia, que consiste em uma incisão no olho, seguida da remoção de sangue excedente e de tecido cicatricial. O procedimento é feito sob anestesia local ou geral e, eventualmente, pode ser acompanhado de fotocoagulação.
Aplicação intravítrea
É aplicada no vítreo, substância gelatinosa e transparente presente no fundo do olho, uma injeção de medicamentos corticoides ou antiangiogênicos, inibindo assim a proliferação de vasos sanguíneos. É feita com anestesia local e as complicações são raras.
Muito cuidado com o diabetes
É necessário ter em mente que a retinopatia é uma complicação do diabetes em si. Logo, tratando da forma adequada o problema principal, tudo fica mais fácil! Somente o uso de remédios não é o bastante para enfrentar o diabetes – mesmo no caso dos diabéticos tipo 1, que necessitam de injeções de insulina.
A maior atenção deve ser com a alimentação. O risco reside em comidas e bebidas que contenham alta quantidade de açúcar, farinha branca e gordura, pois elevam de forma súbita a concentração de glicose no sangue.
A preferência deve ser por alimentos ricos em fibras, o que significa maior presença de frutas com casca, vegetais frescos e cereais integrais. Outro hábito indispensável é evitar intervalos maiores do que 3 horas para se alimentar.
Especialistas ainda são unânimes quanto aos efeitos benéficos da atividade física. Então, o sedentarismo deve ficar de lado o quanto antes, certo?
Lembrando que uma alimentação equilibrada e uma rotina de exercícios trazem ganhos para qualquer pessoa, na presença ou não de diabetes!
Sua visão em primeiro lugar
Conseguiu compreender a importância do diagnóstico e tratamento precoce contra a retinopatia diabética? Para o Donato Hospital de Olhos, é prioridade esclarecer a respeito deste e de outros problemas que afetam a retina, como você pode conferir em outro post.
Diante de qualquer dúvida ou preocupação com a visão, não hesite em nos procurar.